Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
"Eu não sou grande espingarda na alegria, de facto. Nunca fui extrovertido nem alegre e sinto esta sede de amor e de ternura inextinguível..." (António Lobo Antunes)
O e a noite roda, da jornalista Alexandra Lucas Coelho. Estou a gostar bastante, sei que não vai ser um dos meus livros preferidos, pelo menos, por agora, tenho a perfeita noção que não estou arrebatada. Gosto sobretudo do ambiente no qual se desenrola a história amorosa entre Ana e Léon, que se conhecem no dia anterior à morte de Yasser Arafat, em Jerusalém, e que se prolonga por Paris, Barcelona, Madrid. Depois de cem páginas lidas (e do jejum literário, aparentemente, quebrado) estou muito curiosa para saber como vai ser o final do livro.
Tenho andado muito ocupada e cansada desde que as minhas férias acabaram. Nunca mais peguei num livro (mentira, peguei em dois na feira do livro de Cascais para passar o tempo e soube-me muito bem, mas o ritmo dos meus dias não se está a ajustar ao meu ritmo habitual de leitura, pelo que não lhes toco), aliás, até desvio ligeiramente o olhar do meu Saramago que está na mesa de cabeceira, abandonado na página 60 e tal, pobre dele, não merece, estava a gostar tanto, mas não consigo, chego a casa doze horas depois de a abandonar e não consigo, janto, vejo um pouco de televisão e caio para o lado. A ver se aposto na leitura este fim-de-semana, não gosto de estar tanto tempo sem ler, é uma tristeza, eu que, no início das férias, li quatro livros em cinco dias e foi tão bom. Alguém que me tire este trabalho todo de cima e a soneira que se instala à noite. Desta forma, posts sobre livros só quando retomar o ritmo da leitura, e há tanto para dizer sobre os livros que li antes deste jejum literário, tanto. Entretanto, saiu a melhor revista do Mundo, a Detectives Selvagens, claro, que podem ver aqui e descarregar em pdf aqui e em ebook aqui.
Tenho de voltar a repetir o número um porque a revista sai já no dia 15 de Julho e vocês não vão querer perder, temos textos mesmos bons (eu sei, que já os li todos). Portanto, fiquem atentos à revista literária Detectives Selvagens e, se puderem, enviem-nos os vossos textos para detectivesselvagens@gmail.com (regras no blog).
Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco foi, no início, uma verdadeira lufada de ar fresco, pois sentia que estava mesmo a precisar de ler um romance deste género. No entanto, penso que este tipo de Romantismo nada tem a ver comigo e ao fim de algum tempo achei que era tudo demasiado. Demasiado fatalismo, demasiado sofrimento, demasiado dramatismo.
Acredito que possa fazer certas pessoas sonhar com este tipo de amor, cercado de drama por todos os lados e, até mesmo, que possa fazer estremecer o coração daqueles com alma mais sensível e menos céptica do que a minha. Foi difícil terminá-lo e lá para o final só me apetecia desatar à estalada a determinados personagens, porque, primeiro, não considero que seja Amor aquilo que se passa entre Simão e Teresa, parece-me apenas uma paixoneta (oca) de miúdos, sem quaisquer bases sólidas e que parece cegá-los, não os deixando ver com clareza o estapafúrdio que é toda aquela situação. Depois, Mariana, bem, nem sei por onde começar, como é possível alguém rebaixar-se tanto? Mais uma vez, lá está, tudo tão pouco credível no que toca às minhas convicções.
Três em cinco.
José Saramago disse várias vezes que o que pedia à vida era tempo. E depois, se o privilégio do tempo lhe fosse concedido, gostaria de reunir-se com leitores de todo o mundo e com eles falar interminavelmente de livros. Faltou-lhe tempo, os 87 anos de vida não foram suficientes para celebrar todos os encontros, mas a fundação que leva o seu nome abre as suas portas todos os dias para que os leitores se reconheçam em títulos e autores diferentes. Esta Blimunda também pretende recordar, uma vez mais, a impressionante estatura daqueles a que chamamos mestres e o nível que alcançamos, os leitores, quando nos aproximamos dos livros. A cultura salva-nos da mediocridade e do desânimo, as revista culturais são pontos de apoio quando a confusão nos aturde.
Do editorial.
Uma semana depois e já vou com nove livros comprados. A saber:
- A Filha do Optimista, Eudora Welty, Relógio D'Água (5€)
- Sonhos e Comboios, Denis Johnson, Relógio D'Água (5€)
- O Viajante do Século, Andrés Neuman, Alfaguara (13€)
- Todos os Poemas, Ruy Belo, Assírio e Alvim (24€)
- As palavras Interditas - Até Amanhã, Eugénio de Andrade, Assírio e Alvim (8€)
- Tudo são histórias de amor, Dulce Maria Cardoso, Tinta da China (13€)
- Os Poemas, Gastão Cruz, Assírio e Alvim (14€)
- A Boneca de Kokoschka, Afonso Cruz, Quetzal (8€)
- Photomatom & Vox, Herberto Helder, Assírio e Alvim (13€)
Ora bem, falemos então do Rock in Rio Lisboa 2014, mais precisamente do dia 31 de Maio: confesso que receava detestar a actuação da pequena Lorde, mas não podia estar mais errada, apesar da miúda andar sempre a pôr a sua enorme juba à frente da cara, não se portou nada mal, não senhora. Mas falemos do mais importante: Arcade Fire. Arcade Fire, meus amigos, é amor reflectido por todos os cantos da minha alma, porque só isso me poderia ter feito aturar os gritos histéricos das duas senhoras que estavam ao meu lado, gritar também eu as letras que sabia, e tirar os pés do chão e saltar e dançar como se não houvesse amanhã.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.